Feliz dia do advogado!



Bom gente, hoje é um dia muitooo feliz para nós advogados, e para a todaaaa a nação brasileira afinal hoje é o dia da Justiça e o dia dessa linda, magistral, adoravel, pura, doce, guerreira, encantável carreira chamada Advocacia!

Nesses 7 anos de advogada, tenho certeza que me dediquei e busquei incessantemente a aplicação da lei de maneira a perseguir a justiça, e continuo firme nesse propósito na realização do meu mister, mas também na minha vida como cidadã.

Eu desejo nesse dia mais limpeza no poder que trabalho, o Judiciário.

Eu desejo mais liberdade.... Mais respeito, mais dignidade, mais cumprimento da Carta Magna, mais beleza, mais equilíbrio, mais igualdade, mais fraternidade, menos intriga, menos despropósitos, mais coleguismo, mais lealdade, mais ética, mais perseverança, mais esperança, menos vaidade, menos egoísmo, menos arrogância, menos homem e mais lei.

Quero lembrar que essa bela profissão é intrínseca à manutenção da justiça, como versa o artigo 133 da nossa Carta Magna.

Sem o advogado nenhuma justiça pode ser alcançada.




Rogo a Deus que a mínima diferença que eu faço na vida das pessoas às quais eu auxilio na busca por Justiça seja um dia de fato expressiva, e mude a sociedade - #asonhadora!

Me esforço para seguir grandes exemplos de advogados: Sobral Pinto que na sua incessante busca pela liberdade na época da ditadura estudou e argumentou com afinco sobre o direito dos animais de serem livres e alcançou a liberdade para tantos presos políticos, que sequer viam a luz do dia.

Rui Barbosa, que idealizou e debateu sobre todo o nosso direito brasileiro, e nos influencia até hoje com seu douto saber, se não vejamos:

Legalidade e liberdade são as tábuas da vocação do advogado.
Nelas se encerra para ele, a liberdade de todos os mandamentos.
Não desertar a justiça, nem cortejá-la.
Não lhe faltar com a fidelidade, nem lhe recusar o conselho.
Não transfugir da legalidade para a violência, nem trocar a ordem pela anarquia.
Servir aos opulentos com altivez e aos indigentes com caridade.
Amar a pátria, estremecer o próximo, guardar a fé em Deus, na verdade e no bem.

Dr. Nelson Hungria, grandíssimo Penalista!

E ainda com imensa veemência, me espelho naquele que foi Advogado, Promotor de Justiça, e ao final se entitulou Promotor Social, o grande Criminalista Roberto Lyra, que me ensinou em seu livro Penitencia de um Penitenciarista a ser humana, apesar de advogada!

Lyra, me filio à sua vertente... e também acho que "Os presos, na maioria dos cárceres de todo o mundo, invejam as coudelarias e os canis"

Deixo uma reflexão desse que passou uma vida encarerando os delinquentes, e ao final da vida, se arrependeu amargamente de não ter sido diferente a punição, pois a função precipua da pena é ressarcir o mal feito... mas esse mal não pode ser pago com mal...

Seja qual for o fim atribuído à pena, a prisão é contra-producente. Nem intimida, nem regenera. Embrutece e perverte. Insensibiliza ou revolta. Descaracteriza e desambienta. Priva de funções. Inverte a natureza. Gera cínicos ou hipócritas“.
A prisão impõe convivências repugnantes e indesejáveis em total intimidade, às vezes, no mesmo cubículo, e priva da natureza, do espaço, do tempo reduzido a um cálculo, a uma conta para um homem degradado a um número e a um uniforme. Às vezes, de xadrez como requinte.
A execução é, em regra, um sistema de atentados à dignidade humana, de ofensas à natureza humana, ao ser, à consciência.
Ninguém discute que constitui violação dos direitos do homem aplicar pena não cominada por lei anterior, mas o carcereiro cria, não só aplica, como executa, de plano, no corpo e na alma, penas jamais imaginadas pelo legislador e agrava extremamente, na execução, as penas cominadas e aplicadas. O juiz não pode aplicar sequer pena pecuniária ou acessória não cominada previamente por lei e sujeita a processo contraditório. 

No entanto, o carcereiro inuma o preso em solitárias ou ‘celas surdas’, exila-o, condena-o à fome e à sede, priva-o de sol, de ar, de movimento, de visita, de correspondência, desapropria, direta ou indiretamente, ‘pertences’ arrecadados, o salário e o pecúlio, bane-o para ilhas, concentra, num instante de castigo, a perpetuidade da dor e da vergonha.

Além de tudo, a prisão é fábrica de criminosos passionais e sexuais. O que constitui advertência focal, quanto ao sexo, é o clamor de mais uma prova contra a subsistência das causas e, sobretudo, a fatalidade de efeitos, como estes e tantíssimos outros. Gritamos contra a castração e a esterilização dos criminosos. Não será pior proibir a função, subvertendo as leis da natureza e impondo vícios que atentam contra a saúde física e mental, a família, a moralidade, a honra?
Não há solução para os problemas da dignidade, da regularidade, da normalidade da vida sexual com a prisão. Como resolver problemas inerentes à prisão com a prisão?


Me reportei acima, aos colegas criminalistas... contudo, repiso aqui o meu desejo de Feliz dia dos advogados, a todos os nobres colegas... 

esforcemo-nos para fazer a diferença nessa sofrida pátria, chamada Brasil!


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